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OSTEOPOROSE E EXERCÍCIO FÍSICO

OSTEOPOROSE E EXERCÍCIO FÍSICO
O osso
O sistema esquelético é composto por ossos, cartilagem, ligamentos e articulações do corpo. Os ossos são a maior parte do sistema esquelético, constituem aproximadamente 20% do peso corporal total. Das várias funções dos ossos temos: sustentação, proteção de órgãos internos, armazenamento e formação de células do sangue.
Dois tipos de tecidos compõem o osso: sendo o osso cortical, que é a camada externa, compacto e duro. O osso trabecular, também conhecido como esponjoso, está localizado na camada interna dos ossos, mais próximo das extremidades e é poroso.
A ossificação completa é atingida em geral por volta dos 25-30 anos.
O osso é um tecido que se remodela constantemente, células especializadas como os osteoclastos reabsorvem o osso e os osteoblastos recompõem o osso. Esse processo acontece constantemente no tecido ósseo. Num sistema esquelético normal a taxa de reabsorção e recomposição está em equilíbrio.
Osteoporose
A osteoporose é uma doença silenciosa, que acomete pessoas de ambos os sexos. Mulheres são mais atingidas no período da pós menopausa e idosa, onde seus níveis hormonais de estrogênio e progesterona estão mais comprometidos. Os homens são mais comprometidos numa idade mais avançada. A osteoporose num grau muito adiantado no corpo, pode favorecer quedas, por ter avido uma fratura óssea, ou seja, o motivo da queda foi a fratura do osso do fêmur.
A remodelação óssea é contínua ao longo da vida, porém com o avanço da idade é comprometida, ficando mais lenta. O desenvolvimento da osteoporose se dá pela perda de massa óssea, onde o osso vai ficando mais poroso, esponjoso e consequentemente frágil.
Não foram ainda completamente esclarecidas as causas exatas da osteoporose, mas demonstrou-se que esse problema está relacionado a: genética, fatores hormonais, desequilíbrios nutricionais e falta de exercício (Hamill, 2016).
Os locais mais afetados pela osteoporose é o fêmur, coluna e punho. Porém qualquer osso do corpo pode ser atingido.
A osteoporose pode ser dividida em primaria e secundária:
Na osteoporose primaria, temos a tipo I, ou osteoporose pós-menopausa.
E a tipo ll, que é associada a idade e afeta a maioria das mulheres e homens por volta de 70 anos. A osteoporose secundária é decorrente de doenças metabólicas, doenças ósseas, uso de drogas e imobilização.
Exercício físico
O exercício pode favorecer muito o portador de osteoporose, melhorando a massa óssea e muscular. Antes de iniciar o programa de intervenção com exercício físico é importante a liberação médica, e que o personal trainer esteja em contato com o médico para estar ajustando os exercícios. A interação entre os profissionais beneficia o tratamento do aluno/paciente.
Antes de iniciar o treinamento físico uma avaliação física deve ser feita, componentes como força, resistência de força, equilíbrio, avaliação aeróbia e composição corporal (relação massa magra/massa gorda).
O programa de exercícios físico deve ser adequado para o nível em que o aluno se encontra, em caso de falta de experiência com os exercícios, falta de condicionamento, o aluno deve ser considerado como iniciante. Nessa fase os exercícios devem ser básicos, a progressão dos exercícios físicos, intensidade (grau de esforço) e duração devem ser aumentados gradualmente, a medida que o corpo se condiciona.
O exercício físico tem que ser na região específica do desgaste ósseo, por exemplo se a lesão é no quadril, cabeça do fêmur, deve-se dar ênfase nessa região. As outras partes do corpo também devem ser treinadas.
O personal trainer tem que ser muito atento na execução dos exercícios por parte do aluno, técnica correta, velocidade, intervalo entre séries e exercícios.
O exercício de musculação é muito eficiente na obtenção da massa óssea, os resultados virão com um programa superior há 6 meses de intervenção (Charro, 2020). Os ossos adaptam-se e respondem a tensão que lhes é aplicada, inclusive aquela que os músculos impõem aos ossos durante o exercício de força (Fleck, 2017).
Treinamentos aeróbios devem ser feitos, de preferência com impacto, se o aluno puder caminhar ou correr é melhor para estimular a formação do osso. Se a fragilidade estiver muito acelerada, uma boa opção é a bicicleta ergométrica. Deve ser avaliado pelo profissional do exercício a melhor estratégia de intervenção. Os exercícios de alongamento para desenvolvimento da flexibilidade devem ser estimulados, todas as articulações devem ser trabalhadas.
A composição corporal deve ser melhorada, baixar percentual de gordura e aumentar a massa magra (todo tecido que não é gordura). A queda no índice de gordura corporal facilitara os exercícios, deixa o aluno com mais capacidade de deslocamentos, mais exercícios podem ser feitos, pois a resistência de força e aeróbia estarão aprimoradas.
Um programa ideal de treinamento físico para o osteoporótico, deve comtemplar exercícios de musculação no mínimo 2 vezes na semana, aumentar para 3 vezes se possível, exercícios de condicionamento aeróbio devem ser feitos de 4 a 5 dias por semana, os alongamentos podem ser feitos de 5 a 7 vezes por semana (ACSM,2018). Podem ser prescritos exercícios de equilíbrio e propriocepção, nas situações de falta de equilíbrio ou preventivamente.
Conclusão
A osteoporose é uma doença silenciosa, assintomática. Manter uma vida ativa é essencial para a saúde geral e óssea. O exercício físico é prevenção para osteoporose, manter uma dieta equilibrada ajuda bastante nesse processo preventivo.
Consultar regularmente seu médico é um hábito que deve ser cultivado, pois o médico é o único profissional de saúde que dará o diagnóstico da osteoporose, quanto antes descoberto melhor para o tratamento.
Ter uma vida de bons hábitos, exercício físico, nutrição adequado, consulta regularmente seu médico. Pode ser que com essas condutas não venha a desenvolver essa doença, mas caso seja acometido o tratamento será mais rápido e a qualidade de vida seja melhor.
Referências bibliográficas
CHARRO MA, JUNIOR AF, JOÃO GA. Tratado de musculação. São Paulo: Phorte Editora, 2020.
DIRETRIZES DO ACSM PARA OS TESTES DE ESFORÇO E SUA PRESCRIÇÃO/ AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. 9. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
FLECK JS, KRAEMER JW. Fundamentos do Treinamento de Força Muscular. 4. ed, Porto Alegre: Artmed, 2017.
HAMILL J, KNUTZEN KM, DERRICK TR. Bases biomecânicas do movimento humano. 4. ed, Barueri – S.P: Manole, 2016.
Postado: 21/08/2020
O osso
O sistema esquelético é composto por ossos, cartilagem, ligamentos e articulações do corpo. Os ossos são a maior parte do sistema esquelético, constituem aproximadamente 20% do peso corporal total. Das várias funções dos ossos temos: sustentação, proteção de órgãos internos, armazenamento e formação de células do sangue.
Dois tipos de tecidos compõem o osso: sendo o osso cortical, que é a camada externa, compacto e duro. O osso trabecular, também conhecido como esponjoso, está localizado na camada interna dos ossos, mais próximo das extremidades e é poroso.
A ossificação completa é atingida em geral por volta dos 25-30 anos.
O osso é um tecido que se remodela constantemente, células especializadas como os osteoclastos reabsorvem o osso e os osteoblastos recompõem o osso. Esse processo acontece constantemente no tecido ósseo. Num sistema esquelético normal a taxa de reabsorção e recomposição está em equilíbrio.
Osteoporose
A osteoporose é uma doença silenciosa, que acomete pessoas de ambos os sexos. Mulheres são mais atingidas no período da pós menopausa e idosa, onde seus níveis hormonais de estrogênio e progesterona estão mais comprometidos. Os homens são mais comprometidos numa idade mais avançada. A osteoporose num grau muito adiantado no corpo, pode favorecer quedas, por ter avido uma fratura óssea, ou seja, o motivo da queda foi a fratura do osso do fêmur.
A remodelação óssea é contínua ao longo da vida, porém com o avanço da idade é comprometida, ficando mais lenta. O desenvolvimento da osteoporose se dá pela perda de massa óssea, onde o osso vai ficando mais poroso, esponjoso e consequentemente frágil.
Não foram ainda completamente esclarecidas as causas exatas da osteoporose, mas demonstrou-se que esse problema está relacionado a: genética, fatores hormonais, desequilíbrios nutricionais e falta de exercício (Hamill, 2016).
Os locais mais afetados pela osteoporose é o fêmur, coluna e punho. Porém qualquer osso do corpo pode ser atingido.
A osteoporose pode ser dividida em primaria e secundária:
Na osteoporose primaria, temos a tipo I, ou osteoporose pós-menopausa.
E a tipo ll, que é associada a idade e afeta a maioria das mulheres e homens por volta de 70 anos. A osteoporose secundária é decorrente de doenças metabólicas, doenças ósseas, uso de drogas e imobilização.
Exercício físico
O exercício pode favorecer muito o portador de osteoporose, melhorando a massa óssea e muscular. Antes de iniciar o programa de intervenção com exercício físico é importante a liberação médica, e que o personal trainer esteja em contato com o médico para estar ajustando os exercícios. A interação entre os profissionais beneficia o tratamento do aluno/paciente.
Antes de iniciar o treinamento físico uma avaliação física deve ser feita, componentes como força, resistência de força, equilíbrio, avaliação aeróbia e composição corporal (relação massa magra/massa gorda).
O programa de exercícios físico deve ser adequado para o nível em que o aluno se encontra, em caso de falta de experiência com os exercícios, falta de condicionamento, o aluno deve ser considerado como iniciante. Nessa fase os exercícios devem ser básicos, a progressão dos exercícios físicos, intensidade (grau de esforço) e duração devem ser aumentados gradualmente, a medida que o corpo se condiciona.
O exercício físico tem que ser na região específica do desgaste ósseo, por exemplo se a lesão é no quadril, cabeça do fêmur, deve-se dar ênfase nessa região. As outras partes do corpo também devem ser treinadas.
O personal trainer tem que ser muito atento na execução dos exercícios por parte do aluno, técnica correta, velocidade, intervalo entre séries e exercícios.
O exercício de musculação é muito eficiente na obtenção da massa óssea, os resultados virão com um programa superior há 6 meses de intervenção (Charro, 2020). Os ossos adaptam-se e respondem a tensão que lhes é aplicada, inclusive aquela que os músculos impõem aos ossos durante o exercício de força (Fleck, 2017).
Treinamentos aeróbios devem ser feitos, de preferência com impacto, se o aluno puder caminhar ou correr é melhor para estimular a formação do osso. Se a fragilidade estiver muito acelerada, uma boa opção é a bicicleta ergométrica. Deve ser avaliado pelo profissional do exercício a melhor estratégia de intervenção. Os exercícios de alongamento para desenvolvimento da flexibilidade devem ser estimulados, todas as articulações devem ser trabalhadas.
A composição corporal deve ser melhorada, baixar percentual de gordura e aumentar a massa magra (todo tecido que não é gordura). A queda no índice de gordura corporal facilitara os exercícios, deixa o aluno com mais capacidade de deslocamentos, mais exercícios podem ser feitos, pois a resistência de força e aeróbia estarão aprimoradas.
Um programa ideal de treinamento físico para o osteoporótico, deve comtemplar exercícios de musculação no mínimo 2 vezes na semana, aumentar para 3 vezes se possível, exercícios de condicionamento aeróbio devem ser feitos de 4 a 5 dias por semana, os alongamentos podem ser feitos de 5 a 7 vezes por semana (ACSM,2018). Podem ser prescritos exercícios de equilíbrio e propriocepção, nas situações de falta de equilíbrio ou preventivamente.
Conclusão
A osteoporose é uma doença silenciosa, assintomática. Manter uma vida ativa é essencial para a saúde geral e óssea. O exercício físico é prevenção para osteoporose, manter uma dieta equilibrada ajuda bastante nesse processo preventivo.
Consultar regularmente seu médico é um hábito que deve ser cultivado, pois o médico é o único profissional de saúde que dará o diagnóstico da osteoporose, quanto antes descoberto melhor para o tratamento.
Ter uma vida de bons hábitos, exercício físico, nutrição adequado, consulta regularmente seu médico. Pode ser que com essas condutas não venha a desenvolver essa doença, mas caso seja acometido o tratamento será mais rápido e a qualidade de vida seja melhor.
Referências bibliográficas
CHARRO MA, JUNIOR AF, JOÃO GA. Tratado de musculação. São Paulo: Phorte Editora, 2020.
DIRETRIZES DO ACSM PARA OS TESTES DE ESFORÇO E SUA PRESCRIÇÃO/ AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. 9. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
FLECK JS, KRAEMER JW. Fundamentos do Treinamento de Força Muscular. 4. ed, Porto Alegre: Artmed, 2017.
HAMILL J, KNUTZEN KM, DERRICK TR. Bases biomecânicas do movimento humano. 4. ed, Barueri – S.P: Manole, 2016.